Esta página exibe os dados de um Projeto de Extensão.
Índice:
Número de Registro: 38/2025
Título: Hortas Urbanas em Ribeirão Vermelho-MG
Programa de Extensão: Agroecologia e produção sustentável: diálogos entre universidade, agricultores(as), comunidades locais e escolas públicas
Resumo da Proposta: Este projeto está vinculado ao Departamento de Entomologia e tem como propósito incentivar e contribuir com a implantação de tecnologias sociais, com base em sistemas de hortas urbanas para fins de produção de alimentos, assim como realizar cursos, oficinas com temas correlatos às tecnologias sociais e vivência dos participantes. As tecnologias propostas são reaplicáveis e podem aliar o saber popular ao conhecimento técnico-científico. Os recursos tecnológicos geralmente estão presentes nas comunidades e elas se apoderam de todo o processo, gerando autonomia e distribuindo os créditos pelos sucessos e insucessos, podendo proporcionar um conjunto amplo de ganhos: oportunidade de remuneração, consumo de alimentos de qualidade, auxílio terapêutico, possibilidade de intercâmbios e trocas de saberes.
Área Temática: Meio Ambiente
Instituições Parceiras: Em caso de existência de parceiros externos, a data de início será a da assinatura do convênio.
Número Estimado de Participantes: 35
Locais de Realização: Bairro Bela Vista, Bairro Alto Rio Grande e Bairro Rancharia.
Data de Início: 20/01/2025
Data de Término: 20/01/2026
Justificativa:
O município de Ribeirão Vermelho, situado a 12 km de Lavras, localizado as margens do Rio Grande, possui área territorial de 49,251 km² sendo um dos menores municípios de Minas gerais. O povoado nasceu em 1886 quando o negociante Antônio Lúcio se aportou e ajudou a fundar o local, que recebeu na época o nome de Porto Alegre. Hoje em dia, os 3500 habitantes aproximadamente, na sua maioria residem na área urbana do município, sendo que em muitas dessas residências, existem espaços consideravelmente amplos de quintais quando comparados com as residências de cidades maiores da região. Não é incomum que alguns moradores já façam uso destes locais para produção de hortaliças e algumas plantas frutíferas, contudo existem outros locais que não são utilizados para estes fins, devido falta de planejamento, conhecimento e até mesmo a falta de incentivos para tais. Em Razão disso, surge este projeto que visa unir parceria entre a Universidade Federal de Lavras e moradores da cidade de Ribeirão Vermelho para que possam aprimorar seus conhecimentos e também incentivar as pessoas que ainda não fazem uso destes espaços, para que possam vir a se tornarem também horticultores urbanos, melhorando assim a qualidade de seus alimentos e fonte de renda. A parceria, visa a troca de conhecimento e o contínuo fortalecimento dos laços com a comunidade da região. Além de promover o incentivo à produção e melhoria na qualidade de vida, o projeto colabora com desenvolvimento de atividades práticas, propondo técnicas que visam a otimização dos recursos disponíveis, aliando ao máximo ações em busca do mínimo impacto ambiental e da máxima eficiência produtiva em locais pequenos. Ao aproximar o corpo universitário da comunidade externa e vice-versa, o mínimo que se espera é a troca de conhecimento e costumes, favorecendo que novas relações possam ser criadas a partir de então, levando o desenvolvimento e proporcionando aberturas de espaços que venham contribuir para o bem comum.
Caracterização dos Beneficiários:
Os trabalhos serão desenvolvidos em três bairros da cidade de Ribeirão Vermelho-MG, Os beneficiários serão moradores destes locais que tenham por interesse aprender sobre técnicas de produção em hortas urbanas, buscar por melhoria na qualidade de vida, e incrementar a renda familiar. Muitos dos moradores são pessoas idosas, mas não debilitadas de realizarem pequenas tarefas, que por ventura venham a contribuir com a saúde física e mental dos que vierem a se envolver.
Objetivos:
Fazer levantamento de moradores da cidade, interessados em participar do projeto. Promover cursos e oficinas que venham a contribuir, gerando incentivo para construção e manejo de hortas urbanas, de forma a sanar as limitações individuais ou coletivas que por ventura impeçam que pequenos espaços possam ser utilizados para produção de alimentos.
Metas: Apresentação a comunidade; Diagnóstico participativo e levantamento de demandas; Promoção de cursos/oficinas sobre compostagem; Promoção de cursos/oficinas sobre coleta de água da chuva, Promoção de cursos/oficinas sobre controle biológico e mecânico de pragas; Promoção de cursos/oficinas; Promoção de cursos/oficinas sobre controle de plantas indesejáveis.
Fundamentação Teórica:
As hortas urbanas individuais ou comunitárias, geralmente são conduzidas em pequenos espaços; fundo de um terreno, escolas, terraços, varandas e sacadas de moradias. O cultivo orgânico acaba sendo o modelo mais buscado, pois além de propiciar um convívio social e promover um ambiente agradável no que se refere ao uso de um espaço ocioso, ainda possibilita uma alimentação mais saudável. O local dos canteiros, vasos ou caixotes a serem plantados precisa ser escolhido levando em consideração a insolação adequada para cada cultura que se optar produzir, teor de umidade e presença ou não de materiais nocivos. Considerar o número de pessoas envolvidas na implantação de um horta é de suma importância, pois favorece na escolha do tamanho da área, quantidade e variedade de culturas a se produzir. O sucesso irá depender do comprometimento de cada pessoa envolvida, no que se refere aos critérios de grau de responsabilidade e espirito colaborativo. Em alguns projetos, os autores mencionam que a forma de levar a informação a comunidade envolvida, exerce um papel fundamental no desenvolvimento das atividades, pois é de suma importância que as pessoas compreendam na integra que, no que se refere a execução das tarefas, o comprometimento de cada um é fundamental. O livro Hortas Urbanas: quando a sustentabilidade urbana é posta em prática, pode ser mencionado como exemplo de projeto que tem demonstrado muita fluidez, na medida que oficinas sobre compostagem doméstica e coleta de água da chuva foram realizadas, até mesmo antes de iniciar a implantação das hortas. Com base no trabalho Fauna e Flora da Unesp 2021, restos de comida e resíduos verdes correspondem a 44% da composição do lixo global, ou seja resíduos estes que poderiam ser reaproveitados para produção de adubo (compostagem). Michereff e demais autores na circular técnica da Embrapa, não recomendam uso de inseticidas e acaricidas químicos sintéticos, para o controle de pragas em hortas urbanas. Na circular, algumas informações sobre pragas e formas alternativas de controle são descritas. As formigas cortadeiras, conhecidas como saúvas, facilmente identificadas pela presença de três ou quatro pares de espinhos nas costas, podem ser controladas com uso de barreiras diretamente nas plantas ou nos canteiros, com uso de planta repelentes, e até mesmo cinzas diluídas em água e aplicadas sobre as plantas. Para insetos sugadores, como cochonilhas, pulgões e percevejos, a catação manual das folhas infestadas, armadilhas adesivas de coloração amarela com uso de cola, calda de farinha de trigo e água aplicada sobre as plantas, extrato de pimenta alho e sabão neutro, produtos à base de óleos de Nim e plantas repelentes são boas medidas que tendem a minimizar as infestações. Os inimigos naturais, que são organismos que se alimentam de algumas pragas para completarem seu ciclos, são alternativas, que por sua vez, desempenham papéis importantíssimos para o bom desenvolvimento das culturas plantadas nas hortas urbanas. As joaninhas e vespas por serem predadores, se alimentam de inúmeros indivíduos que causam danos na horta. Alguns parasitoides que se desenvolvem no interior ou sobre o corpo de determinadas pragas, como pequenas vespas podem ser bons aliados, sem contar ainda, que alguns microrganismos como fungos e bactérias, por causarem doenças e morte nas pragas, reforçam ainda mais a possibilidade de se produzir de forma sustentável. Durante a construção de canteiros, é recomendado 20 litros de adubo orgânico por m² e em locais, pontuais como covas e vasos maiores, recomenda-se aplicar 5 litros. A aplicação de cobertura morta no solo, auxilia na redução de plantas daninhas e também contribui com a retenção de umidade por períodos maiores, otimizado o uso da irrigação e reduzindo assim o consumo de água. Algumas plantas demandam desbaste logo nos primeiros dias de plantio e algumas precisam de retirada de brotos para se desenvolverem melhor. Os restos culturais, assim como plantas com sintomas de murchas, desfolhamentos e apodrecimento, devem ser retiradas do local. A retirada não se aplica em plantas destinadas a adubação verde.
Metodologia:
As ações propostas neste projeto fundamentam-se na construção coletiva e difusão do conhecimento por meio do intercâmbio de experiências e envolvimento de estudantes, professores, técnicos, comunidade e a boa comunicação entre a universidade e os participantes da proposta. As atividades serão realizadas juntamente com as pessoas envolvidas no projeto que queiram prestar atividades voluntárias ou ressarcidas por bolsa, a depender de cada caso. Também poderemos contar com a participação de outros técnicos e docentes da universidade que venham a ter interesse em contribuir. Será desenvolvido de acordo com os seguintes métodos: Primeira apresentação à comunidade. Carga horária: 12 horas. Público: Até 20 pessoas Será apresentado de maneira individual a cada pessoa (morador) no que consistirá o projeto, explicando aspectos relacionados a importância da realização e observar critérios relacionados a realidade e desejos dos mesmos, incentivando ao máximo a participação. Diagnóstico participativo e levantamento de demandas. Carga horária: 04 a 06 horas Público: Até 20 pessoas Nesta etapa, o objetivo será em local único, reunir o máximo de pessoas dispostas a fazerem parte do projeto e traçar em coletivo os rumos a partir de então. Buscar através da metodologia participativa obter o máximo de interação, utilizando dinâmicas voltadas a apresentação e propósitos ao decorrer do andamento do projeto. Promoção e participação na implantação de pelo menos quatro tecnologias propostas (compostagem, coleta de água da chuva, controle biológico e mecânico de insetos pragas e controle de plantas indesejáveis). Carga horária: 2 a 8 horas por tecnologia social implantada, levando em consideração que cada demonstração poderá ocorrer por até duas vezes consecutivas ou de acordo com a demanda dos envolvidos. Público: Até 10 pessoas por atividade realizada. Os modelos adotados para cada tecnologia, decorrerá da necessidade do grupo ou instituição solicitante. Os trabalhos de caráter teórico/prático, serão realizados em espaço aberto e em forma de mutirão. Ao final do processo de implantação, cada participante deverá ser capaz de implantar a tecnologia em sua horta. Os materiais necessários a implantação em geral é de fácil aquisição e será de responsabilidade do requisitante, cabendo a coordenação deste projeto o apoio técnico. Avaliação ao fim da atividade realizada. Será concedido um espaço para avaliação ao término de cada atividade, onde os participantes poderão emitir o seu parecer sobre a metodologia utilizada, dentre outros temas, cabendo à equipe do projeto atuar como mediadores e participantes do processo de avaliação.
Impactos na Formação Discente:
O trabalho vai pautar na sustentabilidade, de modo que, no desenvolvimento de qualquer prática, sejam respeitadas as relações entre ser humano, ambiente, sociedade e tecnologias, e contribua para a incorporação de novos cuidados, hábitos e práticas de saúde. Assim as oficinas práticas de “Hortas Urbanas em Ribeirão Vermelho” proporcionarão ao futuro formando uma oportunidade de aprender e divulgar modelos sustentáveis de promoção. Este projeto contribuirá para enriquecer a formação profissional dos discentes com experiências teórico/práticas interdisciplinares, voltadas a sistemas produtivos para os fins de saúde e terapias, bem como em metodologias participativas em extensão e pesquisa-ação através dos cursos e oficinas planejados e construídos junto com a comunidade beneficiada, buscando elucidar sua importância no contexto universitário ao incentivar à cooperação, ao comprometimento, à solidariedade entre os atores sociais envolvidos na execução de projetos. Portanto, espera-se que os estudantes desenvolvam habilidades de gestão social e comunicação com as entidades e grupos parceiros e os diversos atores sociais envolvidos, também vislumbrem demandas e novos campos de atuação profissional.
Relação Ensino, Pesquisa e Extensão:
A organização de qualquer projeto precisa ser orientada em função de princípios metodológicos participativos, no intuito de estimular a cooperação, o comprometimento, a solidariedade entre os atores sociais envolvidos. Deste modo, a metodologia participativa é o cerne da interface entre pesquisa e extensão neste projeto, sendo compreendida como um conjunto de procedimentos através dos quais os sujeitos (internos ou externos à universidade), envolvidos no projeto estão interligados em dispositivos de consulta, diagnósticos, ensino, pesquisa, capacitação, comunicação, efetivamente elaborados para alcançar objetivos em comum. Por estas razões, a pesquisa participativa é mais complexa, pois transcende o simples diagnóstico de identificação de problemas ao envolver a participação dos atores, que propõem resoluções desses problemas coletivamente. Dessa maneira, sua práxis permite sobrepujar o reducionismo causado pelo monopólio dos especialistas, a partir de um trabalho intenso de oficinas, mutirões e demais ações extensionistas previstas no projeto em integração com ações de pesquisa. No presente projeto, também é preciso ressaltar que o planejamento e o preparo dos cursos e oficinas, exigirão um esforço de pesquisa na literatura científica sobre educação em saúde e técnicas de hortas urbanas. Finalmente, também se espera que ao longo do desenvolvimento do projeto surjam novos problemas e demandas de pesquisas futuras, que exigirão o planejamento de novas ações de extensão e socialização de conhecimentos e práticas, alimentando uma espiral de complementaridade entre a pesquisa-ação e a extensão.
Relação com a Sociedade e Impacto Social:
a participação da UFLA nas diversas etapas do processo com o grupo participante. Neste sentido espera-se que a todo o processo voltado para implantação de hortas urbanas venha contribuir para produção de alimentos, assim como na melhoria da qualidade de vida dos participantes. As atividades coletivas irão contribuir na mobilização e troca de saberes entre os entes envolvidos, além de propiciar momentos de interação entre os internos e familiares, fortalecendo e preservando os vínculos familiares. Os cursos e oficinas propostos irão contribuir na promoção da troca de saberes entre as entidades participantes, técnicos, professores e estudantes. As metodologias trabalhadas também podem permitir difundir técnicas de plantio, colheita e beneficiamento, de modo que sejam replicadas aos demais setores da sociedade. Além disso, produzir em harmonia com os recursos naturais, melhora a qualidade de vida e resgata a autoestima de qualquer grupo social.
Resultados Esperados: Espera-se com desenvolvimento do trabalho, contribuir na forma de parceiros formais e informais, instituições, núcleos de estudo e grupos que queiram trabalhar de maneira conjunta na busca de alternativas sustentáveis de produção, utilizando de tecnologias que venham contribuir e não agredir ao meio ambiente. Que todos os envolvidos, tenham a satisfação da busca pela qualidade de vida e sintam motivados a multiplicar os conhecimentos adquiridos no decorrer dos encontros. Espera-se contudo que novas parcerias e rumos possam ser tomados a partir de então, sempre com ênfase em aprimorar as tecnologias sociais.
Indicadores de Acompanhamento e Avaliação: Cada Curso oficina passará por avaliação no final, de forma que possam ser mencionados os pontos positivos e negativos, assim como sugestões para que novas melhorias sejam enquadradas na etapas posteriores. A avaliação será de caráter individual, sem a necessidade de assinatura na mesma, embora todo curso/oficina contará com lista de presença assinada por todos participantes.
Cronograma:
Definição das etapas do projeto por período de tempo. Primeira apresentação à comunidade. Carga horária: 12 horas. Público: Até 20 pessoas Período: 01/12/2025 a 01/03/2025 Diagnóstico participativo e levantamento de demandas. Carga horária: 04 horas Público: Até 20 pessoas Período: 01/03/2025 a 31/03/2025 Promoção e participação na implantação de pelo menos quatro tecnologias propostas (compostagem, coleta de água da chuva, controle biológico e mecânico de insetos pragas e controle de plantas indesejáveis). Carga horária: 2 a 8 horas por tecnologia social implantada, levando em consideração que cada demonstração poderá ocorrer por até duas vezes consecutivas ou de acordo com a demanda dos envolvidos. Público: Até 10 pessoas por atividade realizada. Período: 01/04/2025 a 01/12/2025.
Descrição Resumida: Iniciativas para implantação de sistemas de hortas urbanas para fins de produção de alimentos, contendo oficinas voltadas às tecnologias sociais e vivência dos participantes, aliadas ao saber popular e ao conhecimento técnico-científico
Equipe:
Alunos de Graduação:
Nenhum
Docentes:
Técnicos Administrativos:
Alunos de Pós-Graduação:
Outros Usuários:
Renovações de Projetos:
Coordenador do Projeto: GERALDO APARECIDO DA SILVA
Setor: DEPARTAMENTO DE ENTOMOLOGIA
E-mail Institucional: geraldoap.silvaufla.br
E-mail Alternativo: APARECIDODASILVAGERALDOYAHOO.COM.BR
Situação de Aprovação: Registrado
Submetido pelo Coordenador do Projeto em: 17/12/2024 - 08:31:42
Aprovado pelo Conselho Departamental (Lavras) ou pelo Colegiado de Extensão (Paraíso) em: 14/04/2025 - 14:17:16
Aprovado pelo Colegiado de Extensão (Lavras) ou pelo Diretor da UA (Paraíso) em: Nenhuma
Histórico de Coordenação:
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Universidade Federal de Lavras - UFLA
SIG-UFLA - Versão 1.89.6
Créditos