Esta página exibe os dados de um Projeto de Extensão.
Índice:
Número de Registro: 146/2025
Título: Modelagem 3D da Casa da Cultura: Aplicação da tecnologia HBIM para preservar a história de Lavras.
Programa de Extensão: (indefinido)
Resumo da Proposta: O projeto visa aplicar a metodologia HBIM (Historic Building Information Modeling) na Casa da Cultura de Lavras, utilizando tecnologias digitais para representação e gestão da informação do edifício histórico. A iniciativa contemplará a realização de oficinas formativas e atividades práticas de levantamento e modelagem, integrando estudantes e docentes da UFLA. O resultado principal será a geração de um modelo digital paramétrico tridimensional enriquecido com dados técnicos e históricos. O projeto consolida a tríade ensino-pesquisa-extensão, promove a preservação digital do patrimônio arquitetônico municipal e avança a formação técnica discente em ferramentas e metodologias de HBIM, alinhando-se às diretrizes nacionais de disseminação desta tecnologia.
Área Temática: Cultura
Instituições Parceiras:
Prefeitura Municipal de Lavras Secretaria Municipal de Cultura Escolas públicas municipais
Número Estimado de Participantes: 40
Locais de Realização:
Universidade Federal de Lavras – UFLA Escola de Engenharia Departamento de Engenharia Laboratório de Computação Gráfica
Data de Início: 03/09/2025
Data de Término: 03/09/2027
Justificativa:
A Casa da Cultura de Lavras, tombada como Patrimônio Histórico Municipal em 1999, é um patrimônio material de significativo valor histórico, cultural e afetivo para a comunidade. Edificações históricas como esta frequentemente carecem de documentação técnica precisa e atualizada, o que dificulta sua gestão, manutenção e conservação. Neste contexto, a metodologia HBIM (Historic Building Information Modeling) surge como uma ferramenta revolucionária para o patrimônio construído. Trata-se de um processo inteligente de criação e gestão de informações de uma edificação histórica ao longo de todo o seu ciclo de vida, permitindo um registro detalhado de métodos construtivos, materiais e estado de conservação (Gallo et al., 2024). A aplicação do HBIM à Casa da Cultura justifica-se por: Preservação Digital: Criar um registro geométrico e informacional preciso e permanente, um "gem digital" do patrimônio, crucial para restaurações futuras. Formação Profissional: Oferecer aos estudantes uma experiência prática em HBIM, uma tecnologia emergente e essencial para atuação em restauro e patrimônio. Gestão Pública Eficiente: Fornecer à Prefeitura Municipal uma ferramenta de gestão robusta, contendo informações integradas para planejamento de intervenções e manutenção. Inovação e Pesquisa: Posicionar a UFLA na vanguarda da aplicação de HBIM ao patrimônio histórico, abrindo caminho para pesquisas futuras. Este projeto está em consonância com a Estratégia Nacional de Disseminação do BIM (Decreto 9.983/2019), que prevê a gradual implantação da metodologia na execução de obras e serviços de engenharia.
Caracterização dos Beneficiários:
Estudantes de graduação da UFLA; Comunidade lavrense, especialmente os que utilizam o Centro de Cultura; Educadores populares, gestores culturais e movimentos sociais; Escolas públicas da rede municipal;
Objetivos:
Geral: Aplicar a metodologia HBIM para a documentação, preservação digital e gestão da Casa da Cultura de Lavras, por meio da elaboração de um modelo digital paramétrico. Específicos: Realizar o levantamento técnico detalhado da edificação através de técnicas tradicionais e digitais. Promover oficinas de capacitação em HBIM e suas aplicações no patrimônio histórico. Desenvolver o modelo HBIM da Casa da Cultura, abrangendo elementos arquitetônicos e estruturais com famílias paramétricas específicas. Enriquecer o modelo com dados históricos e construtivos relevantes (metragem, especificação de materiais originais, estado de conservação). Produzir e divulgar material didático sobre o processo de criação de um modelo HBIM para patrimônio. Disponibilizar o modelo e os resultados para a Secretaria Municipal de Cultura e para a comunidade.
Metas:
Realizar no 1 oficina formativas abertas ao público. Envolver pelo menos 40 estudantes da UFLA em ações de extensão. Produzir e disponibilizar um modelo 3D interativo da Casa de Cultura. Realizar 1 exposição pública de devolutiva. Produzir um vídeo institucional apresentando a Casa da Cultura.
Fundamentação Teórica:
O Valor Patrimonial da Casa da Cultura "Silvio do Amaral Bi Moreira" A Casa da Cultura de Lavras, tombada como Patrimônio Histórico Municipal em 1999, é um testemunho material da memória coletiva lavrense e um exemplar arquitetônico significativo do ecletismo predominante no início do Século XX no interior mineiro. Sua relevância é atestada por suas características formais únicas, detalhadas no próprio processo de tombamento: embasamento em pedra, cobertura com telhas francesas, platibanda vazada em balaustrada e os elaborados vãos com caixilhos de madeira tipo guilhotina e pinásios losangulares. Os balcões em ferro trabalhado na fachada principal são elementos de distinção e refinamento. A história recente do prédio, incluindo o risco de desabamento em 2012 e sua subsequentemente complexa obra de reconstrução concluída em 2013, serve como um alerta contundente sobre a vulnerabilidade do patrimônio edificado. Este episódio evidenciou a necessidade crítica de se dispor de uma documentação técnica precisa, completa e permanente. Atualmente, como sede da Gerência Municipal de Cultura e de importantes entidades culturais locais, a edificação consolida-se como um vivo e pulsante centro de produção e difusão cultural, reforçando seu papel social indispensável para a comunidade e a urgência de sua preservação integral. O Marco Legal e a Inovação Tecnológica: A Metodologia HBIM A preservação do patrimônio cultural brasileiro é amparada pela Constituição Federal de 1988, que em seu Art. 216 define patrimônio cultural como "bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira". Este marco é complementado pelo Decreto-Lei nº 25/1937, que organiza a proteção dos bens tombados. Contudo, a efetiva salvaguarda desses bens demanda ferramentas contemporâneas que transcendam a documentação planimétrica tradicional (plantas, cortes, elevações), muitas vezes insuficiente para capturar a complexidade e o estado atual de edificações históricas. Neste contexto, a metodologia Building Information Modeling (BIM) emerge como um paradigma tecnológico. Conforme definido por Eastman et al. (2018), o BIM não é apenas uma modelagem 3D, mas um processo de geração e gestão de dados de uma edificação ao longo de seu ciclo de vida. Trata-se de um modelo digital paramétrico inteligente, onde cada elemento construtivo carrega consigo informações além da geometria (material, resistência, fabricante, estado de conservação). A aplicação do BIM ao patrimônio histórico, conhecida internacionalmente como Historic Building Information Modeling (HBIM), é uma fronteira internacionalmente reconhecida (MURPHY; MCGOVERN; PAVIA, 2009) que tem ganhado força também no cenário nacional. Conforme demonstrado na revisão sistemática de Gallo et al. (2024), o HBIM permite a elaboração de uma documentação detalhada de métodos construtivos, materiais e estado de conservação em um modelo 3D interoperável. A grande vantagem, destacada pelos autores, reside na criação de bibliotecas de objetos paramétricos (como esquadrias, ornamentos e alvenarias vernaculares) que capturam as particularidades individuais do edifício. Essa parametrização não apenas documenta o processo construtivo, mas guarda a história e a memória materializada, facilitando imensuravelmente o trabalho de conservação ao sistematizar informações geométricas e construtivas, resultando em um "gêmeo digital" fiel do patrimônio. Esta iniciativa alinha-se estrategicamente com a Estratégia Nacional de Disseminação do BIM (Decreto 9.983/2019), que estabelece a gradual obrigatoriedade do uso da metodologia em obras e serviços de engenharia pública, posicionando a UFLA na vanguarda desta transição digital aplicada ao patrimônio cultural.
Metodologia:
O projeto será desenvolvido em seis etapas: Diagnóstico: mapeamento de demandas; Formação Técnica: escaneamento, modelagem e patrimônio; Coleta de Dados: uso de LiDAR e aplicativos para levantamento da edificação; Modelagem: interpretação e construção da modelagem da edificação; Devolutiva Pública: exposição, roda de conversa e disponibilização online do modelo; Sistematização: elaboração de publicações e materiais educativos.
Impactos na Formação Discente: O projeto proporcionará aos estudantes experiências práticas em tecnologias emergentes, metodologias participativas, produção colaborativa de conhecimento e atuação social. Estimula o protagonismo estudantil, a interdisciplinaridade e a inserção crítica nos territórios, alinhando-se à política de curricularização da extensão.
Relação Ensino, Pesquisa e Extensão: O projeto é fundamentado no princípio constitucional da indissociabilidade entre Ensino, Pesquisa e Extensão. Ele serve como uma sala de aula ampliada, onde o ensino de softwares e processos HBIM ganha contexto real e significado, formando profissionais capacitados para um mercado em transformação. Fomenta a pesquisa no desenvolvimento e na adaptação de metodologias específicas para levantamento, modelagem e gestão de dados de edificações históricas complexas. E, por fim, concretiza a extensão universitária em seu sentido mais profundo, ao devolver à sociedade um produto de alto valor técnico (o modelo HBIM) que contribui diretamente para a preservação de seu patrimônio, estabelecendo um diálogo profícuo, transformador e permanente entre a universidade e a comunidade.
Relação com a Sociedade e Impacto Social: O projeto fortalece a relação entre universidade e comunidade, valoriza o patrimônio local, estimula o uso democrático da tecnologia e promove o protagonismo social. Impacta diretamente a formação cidadã e crítica dos envolvidos, além de promover a inclusão social e cultural de grupos historicamente excluídos.
Resultados Esperados:
Modelo 3D interativo e público do Centro de Cultura de Lavras; Oficinas realizadas com ampla participação; Produção de materiais educativos; Maior engajamento da população com o patrimônio cultural; Valorização da extensão universitária como vetor de transformação social.
Indicadores de Acompanhamento e Avaliação:
Nº de participantes nos eventos e oficinas; Qualidade e completude do modelo 3D entregue; Acesso público ao material digital; Produção de relatórios, artigos ou cartilhas sistematizando a experiência.
Cronograma:
Primeiro Semestre: Planejamento, mobilização da equipe e levantamento inicial de campo. Segundo Semestre: Capacitação em HBIM e desenvolvimento do modelo 3D paramétrico. Terceiro Semestre: Validação técnica, ajustes e enriquecimento do modelo com dados patrimoniais. Quarto Semestre: Finalização, divulgação dos resultados e entrega do produto à Prefeitura.
Descrição Resumida: Projeto de extensão voltado à modelagem participativa e à criação de um gêmeo digital do Centro de Cultura de Lavras, com uso de tecnologias acessíveis, oficinas técnicas e integração entre universidade e comunidade na valorização do patrimônio e da cidadania.
Equipe:
Alunos de Graduação:
Nenhum
Docentes:
Técnicos Administrativos:
Alunos de Pós-Graduação:
Outros Usuários:
Renovações de Projetos:
Coordenador do Projeto: LUCAS HENRIQUE PEDROZO ABREU
Setor: DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA
E-mail Institucional: lucas.abreuufla.br
E-mail Alternativo: lhpabreugmail.com
Situação de Aprovação: Registrado
Submetido pelo Coordenador do Projeto em: 30/09/2025 - 15:09:14
Aprovado pelo Conselho Departamental (Lavras) ou pelo Colegiado de Extensão (Paraíso) em: 08/10/2025 - 08:02:43
Aprovado pelo Colegiado de Extensão (Lavras) ou pelo Diretor da UA (Paraíso) em: Nenhuma
Histórico de Coordenação:
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SIG-UFLA - Versão 1.96.0
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