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Esta página exibe os dados de um Projeto de Extensão.

Índice:

Informações de RegistroDados Gerais do Projeto de ExtensãoDados de Renovação do Projeto
Dados do Coordenador do ProjetoSituação do ProjetoHistórico de Coordenação
Histórico de Avaliações
Informações de Registro

Número de Registro: 69/2022

Dados Gerais do Projeto de Extensão

Título: Tratamento oclusivo de feridas utilizando pele de tilápia do Nilo em animais atendidos no Hospital Veterinário da UFLA

Programa de Extensão: (indefinido)

Resumo da Proposta: Clinicamente, os animais são frequentemente acometidos por diferentes tipos de feridas abertas, e a determinação do manejo adequado para o tratamento é essencial para a cicatrização das lesões. Atualmente, existem diversas maneiras de se realizar o manejo de feridas abertas, como a utilização de spray de prata como medicamento tópico, oxigenoterapia, ozonioterapia, enxertos de biomateriais como hidrocolóides, entre outros. A pele de tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus) se apresenta como um biomaterial promissor para tratamento como curativo oclusivo e também para gerar uma matriz dérmica, principalmente para casos de queimaduras e feridas extensas. O objetivo deste projeto é inserir na rotina clínica e cirúrgica do Hospital Veterinário da Universidade Federal de Lavras - DMV/UFLA, a técnica de tratamento oclusivo de feridas com xenoenxerto de pele de tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus).

Área Temática: Comunicação

Instituições Parceiras:

Universidade Federal do Ceará
Instituto de Apoio ao Queimado
UNILAVRAS

Número Estimado de Participantes: 0

Locais de Realização: Hospital veterinário da UFLA

Data de Início: 30/10/2022

Data de Término: 30/12/2025

Justificativa:

O manejo diário de feridas abertas gera um grande desconforto, dor e estresse, relacionado às técnicas utilizadas atualmente. Dessa forma, o uso de pele de tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus) diretamente nas feridas ou seu uso indireto ou de seus produtos oriundos, são alternativas de tratamento para feridas abertas, não só de animais, mas também de seres humanos, diminuindo a manipulação, dor e estresse diário, e consequentemente proporcionando uma recuperação mais rápida. A incidência de feridas na clínica veterinária ou dificuldade de cicatrização de feridas ocorre com frequência nos animais da casuística clínica, como bovinos, equinos, suínos, caprinos e ovinos, pequenos animais e silvestres. Além disso, o desenvolvimento de uma matriz dérmica a partir de pele de tilápia pode proporcionar a oportunidade do acesso nacional e a talvez internacional desse tipo de tratamento na medicina veterinária e humana, de forma que essa matriz dérmica possa ser uma alternativa para as matrizes dérmicas já existentes no mercado que são de difícil acesso para muitos países latino-americanos.
O uso dessa técnica na rotina do HV/UFLA irá proporcionar novas medidas de tratamento de feridas abertas em animais, promovendo uma boa recuperação e favorecendo o prognóstico de animais que tenham feridas abertas a serem tratadas.
O HV da UFLA apresenta casuística considerável de feridas em animais cujo tratamento exige o uso de técnicas integrativas como é o caso da pele de tilápia. Desta forma, o Hospital Veterinário da Universidade Federal de Lavras se torna referencia neste tipo de tratamento em animais.

Caracterização dos Beneficiários: Tutores de animais de pequeno porte e proprietário de animais de grande porte

Objetivos:

Objetivo geral: Uso da pele de tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus) na rotina clínica e cirúrgica do HV/UFLA para o tratamento oclusivo de feridas.
Objetivos específicos:

Promover a disponibilidade desse produto para xenoenxerto no HV/UFLA, facilitando o tratamento de feridas abertas.

Avaliar macroscopicamente o processo de cicatrização de feridas tratadas com xenoenxerto de pele de tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus);
Incluir como rotina do HV/UFLA uma técnica eficiente e inovadora para o tratamento de feridas abertas.

Metas: Aplicação da pele de tilápias em 100% dos animais atendidos pelo HV apresentando feridas compatíveis com o uso da técnica após avaliação de um médico veterinário especialista.

Fundamentação Teórica:

1. Feridas
As feridas são definidas como uma solução de continuidade na superfície externa do corpo ou na superfície de um órgão interno (WHITE, 1999), podendo ser diferenciadas em abertas ou fechadas. As feridas fechadas correspondem a lesões na qual a camada superficial ao nível da pele ou das mucosas permanecem sem alterações, diferentemente das feridas abertas que apresentam uma descontinuidade nesses tecidos (HENGEL et al., 2013). As feridas podem ser classificadas de diversas maneiras, como: a etiologia, contaminação, profundidade e duração da lesão. Por meio da etiologia das lesões é possível definir terminologias adequadas que refletem a descrição de feridas específicas: Incisão: corte de forma regular em toda sua extensão;
2. Cicatrização de feridas
2.1. Fases da cicatrização de feridas
A cicatrização é um processo fisiológico normal que se inicia logo após a ferida, com o objetivo de recuperar os tecidos lesionados (ACKERMANN, 2012). Esse processo abrange uma complexa rede de mecanismos macro e microscópicos que envolvem interações celulares, mediadores químicos, fragmentos celulares, microorganismos, alterações físico-químicas no ambiente da lesão (BALBINO, PEREIRA & CURI 2005). O início da cicatrização se dá após a criação de uma ferida. É um processo dinâmico que envolve vários níveis de organização temporal ou sequencial e funcional, fazendo a interação entre células e sistemas mensageiros. A cicatrização tem três fases descritas: inflamatória, proliferativa e de remodelação. (LAUREANO, RODRIGUES, 2011).
3. A pele de tilápia utilizada para cicatrização de feridas
No ano de 2015 realizou-se um estudo no laboratório do Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamento da Universidade Federal do Ceará (UFC), com o objetivo de avaliar os resultados obtidos do uso da pele de Tilápia do Nilo no tratamento de queimaduras de segundo grau superficial e profunda em ratos. Os estudos realizados com a pele de tilápia constataram que a mesma apresenta boa quantidade de colágeno do Tipo 1 e ótima resistência à tração e boa umidade. Com os resultados do estudo, os autores concluíram que a pele de tilápia apresentou uma boa aderência à ferida e melhora no processo de cicatrização (LIMA JÚNIOR et al., 2017). Estudos demonstram que o colágeno do tipo 1 presente na pele das tilápias estimulam fatores de crescimento de fibroblastos (FGF), os quais promovem fatores de crescimento de queratinócitos (KGF), que são duas citocinas importantes para o fechamento das feridas (TANG e SAITO, 2015).

4. Enxertos cutâneos
Enxertos cutâneos são segmentos de peles de espessura parcial ou total que foram retirados de algum local do corpo de um indivíduo e transferido para uma área de lesão cutânea que não podem ser reconstruídos por outras técnicas. Os enxertos podem ser diferenciados em autoenxertos, na qual o segmento de pele transferido é proveniente do mesmo animal; aloenxertos ou homoenxertos, na qual o segmento se pele transferido é proveniente de outro animal da mesma espécie; e xenoenxertos ou heteroenxertos, na qual o segmento de pele transferido é proveniente de outra espécie animal (PAVLETIC, 2010; MACPHAIL, 2014).
A sobrevivência do enxerto e posteriormente a cicatrização eficiente da lesão cutânea tratada dependem da drenagem adequada de líquidos teciduais e do desenvolvimento de nova vascularização local. Idealmente, o local receptor deve possuir vascularização adequada para nutrir o enxerto, além disso, o mesmo também deve ser um local limpo, livre de infecções, livre de resíduos e irregularidades para facilitar o contato adequado (MACPHAIL, 2014).
4.1. Associação de matrizes dérmicas e enxertos cutâneos
Matrizes dérmicas são alguns tipos de substitutos dérmicos denominados dessa forma, e segundo a literatura esses produtos permitem a neovascularização e formação de uma neoderme em vez de apenas uma cicatriz em lesões cutâneas (FERREIRA et al., 2011; CORRÊA, 2018). Uma utilização muito comum das matrizes dérmicas, é a associação das mesmas com enxertos de espessura parcial, nos quais, a matrizes dérmicas usadas previamente propiciam a realização de enxertos cutâneos mais finos (espessura parcial), o que acarreta em menor dano da área doadora em casos de autoenxerto e reduz a formação de cicatrizes. (YANNAS et al., 2011; CORRÊA, 2018).

Metodologia:

O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética de Uso Animal (CEUA-UFLA) sob o registro 036/2021 e será executado nas dependências do HV/UFLA.

Seleção dos pacientes:
Serão selecionados animais que apresentem feridas de cicatrização por segunda intenção, necessitando de tratamento oclusivo para promover a cicatrização das mesmas, cujos tutores/proprietários concordaram com o tratamento e assinaram o Termo de Autorização de Tratamento com Pele de Tilápia (Anexo I).

Avaliação inicial das feridas:
As feridas serão avaliadas pelo médico veterinário responsável antes de iniciar o tratamento. Todas as características serão registradas em Ficha de Avaliação Inicial de Feridas.

Procedência das peles de tilápia:
As peles serão provenientes do Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos (NPDM) da Universidade Federal do Ceará, devidamente preparadas com toda metodologia preconizada pela equipe, liofilizadas ou glicerolizadas.

Aplicação da pele de tilápia:
Os animais serão tratados individualmente, e o protocolo anestésico, analgésico, antibioticoterapia e procedimentos necessários na ferida serão determinados pelo médico veterinário responsável pelo caso, dependendo dos fatores intrínsecos ao paciente, como seu quadro clínico, características da ferida, espécie, idade, entre outros. Finalizado o manejo da ferida, será procedido a aplicação do enxerto. A pele de tilápia será limpa previamente com solução salina 0,9% e hidratada em água deionizada durante 30 minutos. Posteriormente a mesma será suturada junto à pele do animal com fio de nylon estéril de calibre adequado para a espécie.

Cobertura das lesões
Após o tratamento das feridas e aplicação das peles, os locais serão envoltos em um curativo de multicamadas composto por gaze de algodão, ataduras e bandagem elástica para proteger a região de contaminação externa e infecção, além de impedir que os animais interfiram nas lesões durante um ato de coçar.

Acompanhamento pós-operatório dos animais
Durante o pós-operatório imediato, os animais serão monitorados para verificação do retorno anestésico, sendo feita a avaliação dos parâmetros vitais como frequência e ritmo cardíacos, frequência e ritmo respiratórios, pressão arterial, temperatura retal, tempo de repreenchimento capilar e turgor cutâneo. Qualquer alteração presente será tratada imediatamente. Após a recuperação da anestesia, os pacientes serão ainda monitorados quanto a ingestão de água e alimento, presença de dor ou desconforto e alterações no local da ferida. Todo o protocolo terapêutico pós-operatório, incluindo antibióticos, anti-inflamatórios, analgésicos e curativos diários das feridas, será instituído individualmente para cada paciente, a depender de fatores intrínsecos como quadro clínico, características da ferida, espécie, idade, entre outros. De acordo com o quadro clínico do animal e o tipo de ferida o paciente poderá receber os cuidados pós-operatórios em casa após a liberação pela equipe responsável, ou, se necessário, ser mantido internado nas dependências do HV/UFLA. No primeiro caso, os tutores serão orientados quanto aos cuidados e data de retorno, que será programado para 7 dias após o procedimento a fim de avaliar o estado geral do paciente e do enxerto.

Manejo e avaliação dos enxertos
A cada sete dias será feita uma avaliação sistemática da ferida e do enxerto, sendo suas características registradas na Ficha de Acompanhamento de Feridas em Tratamento com Pele de Tilápia. No caso de pacientes que estarão fazendo o pós-operatório em casa, os tutores serão orientados a entrar em contato com o médico veterinário caso haja alguma alteração significativa antes do dia do retorno.

Retirada das peles de tilápia
De acordo com a avaliação clínica do paciente e da ferida, será decidido a data de remoção dos pontos e do enxerto. No caso de feridas extensas, pode ser necessário a troca do enxerto, sendo feita com bloqueio anestésico local e, se preciso, sedação do animal.

Impactos na Formação Discente: Todos os discentes envolvidos do curso de medicina veterinária receberão treinamento no manejo de feridas de animais incluindo o uso da pele de tilápia.

Relação Ensino, Pesquisa e Extensão: Existe forte relação ensino, pesquisa e extensão ja que os discente envolvidos terão oportunidade de conhecer e aplicar modernas técnicas de tratamento de feridas de animais que são resultados de pesquisas de grupo da Universidade Federal do Ceará e do Instituto do queimado, parceiros neste projeto. Ao mesmo tempo, aplicar uma técnica em pacientes veterinários envolve a extensão ja que se trata de aplicação prática do conhecimento adquirido dentro da Universidade com beneficios para a sociedade.

Relação com a Sociedade e Impacto Social: O projeto envolve a participação direta da sociedade por se tratar de atendimento especializado aos pacientes veterinários de pequeno e grande porte da região que tenham sofrido algum trauma com formação de ferida aberta e cujos tutores e proprietários tenham interesse nesse tratamento especializado para seu animal

Resultados Esperados: Recuperação dos pacientes médicos veterinários tratados após avaliação das feridas por um especialista

Indicadores de Acompanhamento e Avaliação: recuperação dos pacientes médicos veterinários tratados com a nova técnica e avaliação do tratamento das feridas abertas.

Cronograma:

Novembro 2022 a dezembro de 2025: Apicação das peles de tiláías em pacientes veterinários atendidos no HOV-UFLA com feridas abertas
Novembro 2022 a dezembro de 2025: Avaliação do uso da técnica na qualidade da cicatrização das feridas

Descrição Resumida: Principais atividades: uso da pele de tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus) na rotina clínica e cirúrgica do HV/UFLA para o tratamento oclusivo de feridas. Avaliação macroscopicamente o processo de cicatrização de feridas tratadas com xenoenxerto de pele de tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus).

Equipe:

Alunos de Graduação:

Nenhum


Docentes:

Nenhum


Técnicos Administrativos:

Nenhum


Alunos de Pós-Graduação:

  • VINICIUS FROTA FERREIRA DOS SANTOS - Tipo: Voluntário - Início: 01/03/2023 - Término: Não definido - Vínculo: Ativo

Outros Usuários:

Nenhum

Dados de Renovação do Projeto

Renovações de Projetos:


Renovações associados ao Projeto
InícioTérminoData de Solicitação pelo CoordenadorData de Aprovação pela PROEEC
Nenhuma renovação do projeto de extensão foi cadastrada

Dados do Coordenador do Projeto

Coordenador do Projeto: LUIS DAVID SOLIS MURGAS

Setor: DEPARTAMENTO DE MEDICINA VETERINARIA

E-mail Institucional: lsmurgas[em]ufla.br

E-mail Alternativo: lsmurgas[em]hotmail.com

Situação do Projeto

Situação de Aprovação: Registrado

Submetido pelo Coordenador do Projeto em: 19/10/2022 - 12:07:43

Aprovado pelo Conselho Departamental (Lavras) ou pelo Colegiado de Extensão (Paraíso) em: 20/10/2022 - 15:56:26

Aprovado pelo Colegiado de Extensão (Lavras) ou pelo Diretor da UA (Paraíso) em: 31/10/2022 - 14:26:49

Histórico de Coordenação

Histórico de Coordenação:

  • LUIS DAVID SOLIS MURGAS: De 19/10/2022 em diante.

Histórico de Avaliações
Data/HoraDescrição
20/10/2022 - 15:16:33Projeto de Extensão enviado para aprovação do Chefe. (ANGELICA TEREZINHA BARTH WOUTERS)
20/10/2022 - 15:56:26Projeto de Extensão aprovado pelo Chefe e enviado para a PROEC para aprovação. (ELAINE MARIA SELES DORNELES)
31/10/2022 - 14:26:49Projeto de Extensão foi aprovado pela PROEC e registrado com sucesso. (DANTON DIEGO FERREIRA)

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Créditos