Esta página exibe os dados de um Projeto de Extensão.
Índice:
Número de Registro: 17/2023
Título: Trilha Interpretativa Como Meio de Conservação e Valorização da Flora em Ambientes Urbanos
Programa de Extensão: (indefinido)
Resumo da Proposta: O presente projeto tem como objetivo a reestruturação de uma trilha situada na Reserva Florestal do 8° Batalhão de Polícia Militar de Lavras - MG. A área abrange duas fitofisionomias: Cerrado e a Mata Atlântica, e recebe constante visitação da população do município para promover a educação ambiental. Dentre as atividades, será desenvolvida a identificação das espécies vegetais que compõem a reserva, a mensuração de carbono captado pela floresta, a criação de uma trilha interpretativa, com atividades voltada para a curiosidades sobre o solo da região e da flora, criação de placas interpretativas, conteúdo midiático digital disponibilizado através de Qr codes e o treinamento dos policiais ambientais que guiam os visitantes pelas trilhas trabalhando a educação ambiental.
Área Temática: Comunicação
Instituições Parceiras: Polícia Militar de Lavras e Ong ARPA Rio Grande
Número Estimado de Participantes: 30
Locais de Realização: Reserva Florestal do 8° Batalhão de Polícia Militar de Lavras - MG
Data de Início: 13/02/2023
Data de Término: 01/12/2023
Justificativa:
O presente projeto de extensão busca, primeiramente, atender duas das diversas finalidades que o ensino superior possui de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, que são: promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicações ou de outras formas de comunicação, e promover a extensão, aberta à participação da população, visando à difusão das conquistas e benefícios resultantes da criação cultural e da pesquisa científica e tecnológica geradas na instituição (BRASIL, 1996). Com isso, o projeto propõe fomentar a educação ambiental entre a população da cidade de Lavras em relação à flora existente na cidade e a importância da preservação do meio ambiente, construindo então trilhas interpretativas no fragmento de vegetação pertencente à Polícia Militar de Minas Gerais em seu 8° Batalhão, que têm como função expandir a perspectiva do visitante em relação ao meio ambiente além da simples observação da natureza (CAMPOS, 2006). As trilhas possibilitam também uma grande diversidade de eixos temáticos e abordagens ecológicas tanto com finalidades acadêmicas para utilização no ensino fundamental, médio e superior, bem como em atividades de pesquisa e investigação científica com finalidades de fornecer conhecimento e esclarecimento lúdico à comunidade em geral (SOUZA, 2012). O projeto também visa identificar as espécies presentes no fragmento, o que contribui para um melhor conhecimento e entendimento da composição florística e a estrutura fitossociológica das formações florestais, oferecendo então subsídios para a compreensão da estrutura e da dinâmica destas formações, parâmetros imprescindíveis para o manejo e regeneração das diferentes comunidades vegetais (CHAVES, 2013). Além da educação ambiental, é importante que as instituições públicas promovam melhorias para a comunidade, de forma que o público tenha uma compreensão profunda sobre a função e o trabalho das instituições públicas no fomento de práticas de educação, lazer e bem-estar social, gerando então uma integração entre a sociedade lavrense, a Universidade Federal de Lavras e a Polícia Militar.
Caracterização dos Beneficiários: Estudantes da rede pública e particular de educação da população de Lavras e cidades do entorno, e de educação especial, famílias visitantes do município em momentos de lazer
Objetivos: Reestruturar a trilha existente na reserva florestal pertencente ao 8º Batalhão da Polícia Militar de Minas Gerais, transformando-a em uma trilha interpretativa.
Metas:
No primeiro momento, realizar o reconhecimento da área; Identificação das árvores de maior importância ecológica e criação dos perfis de solos do local; Aumentar a interação entre o órgão público e a população do município de Lavras, a fim de gerar uma sensação de pertencimento ao local por todos os moradores; Divulgação de uma das áreas de atuação da Polícia Ambiental, a educação ambiental; Despertar o interesse do público com a natureza, mostrando sua importância para a vida humana, assim como mostrar o grande valor das áreas verdes urbanas para as cidades, de forma que o público seja incentivado a conhecer mais sobre o tema; Criação de um material midiático digital de fácil entendimento para o público em geral sobre a flora local; Realizar treinamento dos policiais militares para que possam guiar o público pela nova trilha.
Fundamentação Teórica:
A Reserva Florestal do 8° Batalhão de Polícia Militar de Lavras - MG, situa-se em perímetro urbano do município de Lavras-MG, caracterizada como um importante remanescente do bioma Cerrado, cerrado sensu stricto e de Mata Atlântica, com formações de Florestas Estacional Semidecidual Montana. Possui grande valor ecológico e influencia diretamente o clima da cidade e a proteção de nascentes. Atualmente, a reserva florestal é utilizada para o desenvolvimento de pesquisas de educação ambiental, promoção de lazer para toda comunidade, além da realização de projetos de extensão com escolas e instituições sociais, alcançando uma ampla parcela da população. O Brasil possui diversidade de formações vegetais com diversas espécies. O Domínio da Floresta Atlântica é um complexo de ecossistemas de grande importância, pois abriga uma parcela significativa da diversidade biológica do Brasil e do mundo (CASTUERA-OLIVEIRA; OLIVEIRA-FILHO; EISENLOHR, 2020; STEHMANN et al., 2009). Por possuir endemismos e espécies vulneráveis, a Mata Atlântica se encontra classificada como “hotspot” mundial (BROOKS et al., 2006; AB’SABER, 2003) e planos de conservação são requeridos para fins conservacionistas do bioma. Estudos demonstram que uma fração de 36,5% das plantas existentes são raras (ENQUIST et al., 2019). Áreas de endemicidade são definidas como regiões que contém duas ou mais espécies que não ocorrem em nenhum outro lugar e apresentam certa congruência (HAROLD; MOOI, 1994; PLATINIK, 1991). A identificação dessas regiões fornece subsídios para estudos e práticas que envolvem biodiversidade e conservação (ENQUIST et al., 2019). Com base em sua distribuição, uma espécie de pouca ocorrência apresenta mais chances de se extinguir e a raridade é uma prioridade para a proteção (PIMM, 1988; SCARANO, 2009). Ecótonos são regiões de transição entre duas ou mais fitofisionomias, tornando possível o surgimento de um mosaico de espécies, influenciados pela fertilidade e textura do solo, declividade do relevo e distribuição do lençol freático. Resultando na presença de populações vegetacionais características de locais distintos em uma mesma área, elevando significativamente a diversidade e riqueza de espécies (MACEDO et al, 2019). O Cerrado é um bioma exclusivamente brasileiro e possui elevado grau de endemismo de espécies vegetais, sua diversidade o torna patrimônio genético natural para a conservação da biodiversidade mundial, estamos falando da formação savânica mais rica em espécies do planeta (FRANÇOSO et al, 2020). Que costumeiramente apresentam áreas ecotonais com formações de florestas estacionais semidecíduas do domínio da Mata Atlântica, formações de solos férteis e úmidos, visados pela agropecuária, o que culminou na severa diminuição de suas áreas ao longo do bioma (Oliveira-Filho et al. 1994a). Trilhas são ambientes naturais que favorecem o aprendizado e construção de valores sobre educação ambiental, desenvolvimento de atitudes e ações efetivas para a conservação do meio ambiente. A busca pela compreensão e contato mais direto com os ambientes naturais pode ser considerada como uma das mais fortes tendências da atualidade, uma vez que está mais evidente para a sociedade o grave estágio de degradação dos recursos naturais, direcionando o aprendizado e a sensibilização. As áreas destinadas à proteção dos diversos ecossistemas necessitam de uso e administração planejados, de modo que sua conservação seja garantida e contemple as finalidades ambientais, científicas, culturais e recreativas (MILANO, 2001). Programas estruturados de visitação, com roteiros interpretativos definidos, enriquecem a experiência de contato com a natureza, além de promover a conscientização ambiental, satisfazendo as expectativas dos visitantes e auxiliando na valorização dos patrimônios naturais existentes (BRASIL, 2006; IKEMOTO; MORAES; COSTA, 2009; PROJETO DOCES MATAS, 2002). Nesta perspectiva, trilhas interpretativas de “trekking” se firmam como ferramenta metodológica para atender junto à sociedade, expectativas conservacionistas. As trilhas em áreas verdes ou remanescentes de mata, além de serem utilizadas para fins educacionais e lazer, são também utilizadas para pesquisas científicas como os endemismos da flora e importantes meios de divulgação do conhecimento científico para a sociedade (PORTUGAL-SANTANA, 2014). Nas trilhas é possível desenvolver a interpretação ambiental que consiste na união da educação ambiental e comunicação para a linguagem do público para que as pessoas compreendam a riqueza da natureza e sintam pertencentes a ela (ICMBIO, 2018).
Metodologia:
Identificação de espécies A princípio, será realizada uma visita técnica visando o reconhecimento da área. Nesta etapa, a equipe irá observar as trilhas e espécies existentes e planejar locais onde serão aplicadas algumas atividades do projeto, como a amostra do perfil do solo que ficará exposta aos visitantes. Então, serão organizadas e realizadas práticas de campo, com a identificação das espécies existentes na área. Para as práticas, o DAP (Diâmetro a Altura do Peito) de todas as árvores será obtido com o auxílio de uma fita métrica e as árvores serão numeradas com placas de metal. Além disso, serão avaliadas as árvores de importância ecológica e as mesmas serão georreferenciadas com auxílio de um GPS. Elaboração da Trilha Interpretativa Roteiro Interpretativo As trilhas guiadas, em que um intérprete conduz um pequeno grupo de pessoas por um caminho e pontos de parada pré-definidos, é um dos meios interpretativos mais comuns, por ser mais eficaz (Vasconcelos 2006). Isso porque, este tipo de atividade traz para o visitante, fatos que estão além do que se pode observar, como a relação ecológica entre espécies e história evolutiva da área. Além disso, as trilhas interpretativas também evidenciam fatos aparentes, essencialmente as particularidades de diferentes indivíduos da flora local. Nesse sentido, faz-se necessário que a trilha interpretativa disponha de um roteiro, que contenha um conjunto de estratégias para se alcançar o seu objetivo. A metodologia destaca que o planejamento de um roteiro interpretativo deve seguir seis etapas, sendo elas: (1) identificação das oportunidades e necessidades da reserva florestal; (2) identificação do público-alvo; (3) definição dos objetivos e do tema; (4) realização do inventário interpretativo; (5) análise das oportunidades interpretativas e (6) seleção das estratégias interpretativas e proposição do roteiro. Produção de conteúdo midiático Visando alcançar os princípios propostos por Tilden e Beck e Cable (1998), em que se destaca que a interpretação ambiental deve ser uma combinação de diversas abordagens, de forma que seja possível explorar todos os sentidos humanos para o desenvolvimento de aprendizagem, sensibilização e reflexão, é somado a este projeto a produção de conteúdo digital. A proposta do conteúdo é abordar um tema com maior riqueza de detalhes, para aqueles que buscam tal informação, e que por alguma limitação, não poderia ser expressa de forma mais detalhada durante a trilha. Este conteúdo será disposto em páginas digitais da instituição beneficiada, para o livre acesso de pessoas de diferentes localidades, e até mesmo aquelas que não participaram da trilha. Para os visitantes da reserva florestal, o direcionamento para as páginas na internet serão disponibilizados em placas interpretativas, ou seja, placas com um menor volume de informação e que visam despertar a curiosidade sobre um determinado tema, seja de uma espécie florestal, da fauna, do solo, da relação ecológica entre os indivíduos, entre outros. Capacitação da instituição Este projeto tem como pilar a interação entre a comunidade, o meio ambiente e uma instituição de segurança local. No entanto, para que se tenha êxito em tal proposta, é necessário formar agentes multiplicadores, capacitados para aplicação e prática das atividades educativas que envolvem uma Trilha Interpretativa. Além disso, tal capacitação também gera uma troca de saberes entre alunos da instituição de ensino e os responsáveis pela trilha já existente no local. Por esse motivo, será realizado com os profissionais responsáveis pela recepção de visitantes na área, um treinamento teórico e prático, com espaço para diálogo, ministrado pela equipe do projeto, para que haja compreensão dos processos que envolvem a aplicação prática da trilha, com a finalidade de garantir sua efetividade a longo prazo. Quantificação do estoque de carbono A quantificação de estoque de carbono do fragmento pode ser obtida por meio do inventário florestal. Para se obter o estoque de carbono real de todo o fragmento, é preciso realizar o inventário do tipo censo, ou seja, mensurar todas as árvores do local. A princípio, é possível gerar essa informação em conjunto com as outras etapas da metodologia, ou seja, com os dados obtidos nas etapas anteriores. O estoque de carbono é então obtido através do DAP e altura das árvores mensuradas. Com estes dados é possível obter os valores de biomassa, que são adquiridos através de uma equação alométrica Pantropical (CHAVE et al., 2014), presente no pacote BIOMASS no R versão 4.0.3 (REJOU-MECHAIN, 2017). Posteriormente, calcula-se o valor total de carbono multiplicando o valor de biomassa pela constante 0,456, considerada a média de concentração de carbono em angiospermas.
Impactos na Formação Discente: Experiência de campo em um fragmento de floresta nativa estacional semideciual e de cerrado para os estudantes de Ciências Biológicas e Engenharia Florestal, para a aplicação dos conhecimentos desenvolvidos ao longo do percurso de graduação nas disciplinas obrigatórias, bem como um aprofundamento dos saberes sobre as espécies que compõem essas formações. Além disso, este projeto também condiciona a aprendizagem a respeito da confecção de materiais digitais
Relação Ensino, Pesquisa e Extensão:
Seguindo a premissa do projeto de extensão que beneficia tanto o 8º Batalhão da Polícia Militar de Minas Gerais, quanto a comunidade de Lavras, através do fomento ao conhecimento e sensibilização com uma área de grande importância ambiental, e que está situada dentro do município, o referido projeto utiliza o ensino e a pesquisa como meios de propagação do conhecimento gerado na instituição. Conhecimentos estes que se referem às pesquisas que serão realizadas na reserva ecológica, como amostras do perfil de solo e identificação das espécies da área destacando a importância ecológica de cada. Além disso, a utilização de métodos informativos digitais possibilitará a criação de uma ponte entre o ensino, a pesquisa e extensão à sociedade. Uma vez que, o objetivo da mesma, é justamente proporcionar o desenvolvimento de hábitos, atitudes e conhecimentos que levem a uma mudança tanto de posicionamento quanto de comportamento, por parte dos cidadãos (NASCIMENTO. H. H. O et al 2018). Através do roteiro interpretativo, será possível guiar visitantes, unindo lazer, sensibilização, conservação e maior contato com a natureza. É importante destacar, que o ensino ainda se expressa na capacitação dos responsáveis pela trilha na instituição, que serão instruídos para falar com propriedade da composição florística do fragmento e guiar a trilha interpretativa. Ademais, esta proposta visa revitalizar e garantir o melhor aproveitamento da área para os visitantes, uma vez que as áreas verdes urbanas são fundamentais, pois a qualidade de vida urbana está diretamente atrelada a diversos fatores da infra-estrutura, incluindo aqueles relacionados à questão ambiental (LOBODA, 2003). Sendo assim, a universidade cumpre seu papel de extensão, interagindo com a comunidade através das ações propostas.
Relação com a Sociedade e Impacto Social: Contato com a comunidade de Lavras, com a oportunidade de passar os conhecimentos adquiridos na academia para a sociedade sobre as árvores que compõem a região, bem como proporcionar uma trilha interpretativa para momentos de lazer para a comunidade, que terão um roteiro a seguir ao longo da trilha. O local de instalação da trilha, recebe visitação de diversos estudantes das escolas do município.
Resultados Esperados:
Com a concretização do projeto espera-se abordar alguns pontos importantes relacionados com o meio ambiente e a sociedade, sendo eles: Mostrar a importância da conservação e manutenção de áreas verdes urbanas, para a qualidade de vida da população, além de aspectos ambientais; Abranger de forma clara o conhecimento científico para o meio social; Estimular a interação e o interesse das pessoas pela flora local, através de uma metodologia ativa de trilha guiada; Promover um maior contato da sociedade com a natureza, em decorrência da visita na área e conteúdo digital; Garantir o aprendizado, em diversos públicos, de maneira assertiva, divertida e adaptada para todas as idades; Sensibilizar o público alvo com enfoque na conservação, por meio do conhecimento da flora local e outras características ambientais correlacionadas; Fomentar a utilização das áreas verdes urbanas como instrumento de lazer; Publicação de resumos, artigos e outros materiais acadêmicos a respeito da pesquisa realizada durante os processos de metodologia.
Indicadores de Acompanhamento e Avaliação:
Número de expedições realizadas ao local do projeto. Número de espécies catalogadas.
Cronograma:
Abertura do projeto apresentação aos agentes envolvidos em fevereiro de 2023. Revisão bibliográfica e compilação de informações já existentes fevereiro até dezembro de 2023 Visita técnica na reserva florestal objeto de estudo em março de 2023 Coleta de informações em campo de março até dezembro de 2023 Finalização do projeto dezembro de 2023
Descrição Resumida: O presente projeto de extensão possui como objetivo direto, a elaboração de uma Trilha Interpretativa, visando a melhor utilização dos recursos ambientais como ferramenta de conhecimento e conservação para a população local.
Equipe:
Alunos de Graduação:
Nenhum
Docentes:
Técnicos Administrativos:
Alunos de Pós-Graduação:
Outros Usuários:
Renovações de Projetos:
Coordenador do Projeto: RUBENS MANOEL DOS SANTOS
Setor: DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FLORESTAIS
E-mail Institucional: rubensmanoelufla.br
E-mail Alternativo: rubensmanoeldcf.ufla.br
Situação de Aprovação: Registrado
Submetido pelo Coordenador do Projeto em: 13/02/2023 - 08:47:35
Aprovado pelo Conselho Departamental (Lavras) ou pelo Colegiado de Extensão (Paraíso) em: 14/03/2023 - 16:16:10
Aprovado pelo Colegiado de Extensão (Lavras) ou pelo Diretor da UA (Paraíso) em: Nenhuma
Histórico de Coordenação:
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Universidade Federal de Lavras - UFLA
SIG-UFLA - Versão 1.89.6
Créditos