Esta página exibe os dados de um Projeto de Extensão.
Índice:
Número de Registro: 12/2024
Título: PRIMEIROS SOCORROS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA: TREINAMENTO DOS AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE
Programa de Extensão: (indefinido)
Resumo da Proposta: Contempla-se, nesse projeto, uma análise referencial das bases que compõem o atual sistema público de saúde, cujo foco na atenção básica como porta de entrada no Sistema único de Saúde, e a disseminação do conhecimento acerca de primeiros socorros entre os Agentes Comunitários de Saúde (ACSs), profissionais representantes da comunidade em meio aos técnicos da área de saúde. Nesse sentido, faz-se importante a análise da Estrategia de Saúde da Família (ESF), bem como a formação dos ACSs e a necessidade da capacitação desses em Suporte Básico à Vida (SBV) e primeiros socorros, frente à escalada da demanda social desses conhecimentos por decorrência do aumento de traumas por acidente e violência. Objetiva-se tal análise por meio da aplicação de questionários estruturados validados antes e depois de um curso em Primeiros Socorros e contabilização não paramétrica das variáveis obtidas.
Área Temática: Saúde
Instituições Parceiras: Prefeitura Municipal de Lavras
Número Estimado de Participantes: 150
Locais de Realização: Unidades Básicas de Saúde do Município de Lavras
Data de Início: 08/01/2024
Data de Término: 30/06/2025
Justificativa: Há uma clara necessidade e demanda social no que se relaciona à temática de difusão e capilaridade dos conhecimentos sobre primeiros socorros, dado que, como demonstra o próprio relatório da OMS, há uma escalante incidência de morbidades e óbitos relacionados a acidentes, traumas, violência e eventos clínicos, com destaque a países de renda média/em desenvolvimento, dentre os quais o Brasil se encontra. Os agentes comunitários de saúde (ACS) estão sujeitos às demandas emergenciais tanto durante as visitas domiciliares quanto na estadia na Unidade de Saúde da Família, auxiliando no acolhimento e dinamização do serviço. Dessa forma, o presente projeto busca elucidar não somente a relevância das técnicas básicas de manutenção da vida, como também o seu domínio pelos servidores mais íntimos à sociedade, os ACSs.
Caracterização dos Beneficiários: O Agente Comunitário de Saúde (ACS) é um dos profissionais que compõem a equipe multiprofissional nos serviços de atenção básica à saúde e desenvolve ações de promoção da saúde e prevenção de doenças, tendo como foco as atividades educativas em saúde, em domicílios e coletividades.
Objetivos: Avaliar o conhecimento prévio e pós dos ACSs após a aplicação de curso teórico-prático que aborde os protocolos utilizados no ambiente pré-hospitalar, tais como obstrução de vias aéreas por corpo estranho, parada cardiorrespiratória, uso de desfibrilador externo automático, picada por animais peçonhentos, desmaio, convulsão, imobilização, queimaduras, feridas e hemorragias.
Metas: Capacitar o maior número possível de ACSs nos protocolos de primeiros socorros, afim de habilita-los para atendimento no ambiente pré-hospitalar, tanto nos postos de saúde quanto no ambiente domiciliar.
Fundamentação Teórica: As atuais políticas públicas de saúde definem como foco a atenção básica, descrita como os serviços primários de entrada e contato da comunidade com o Sistema Único de Saúde, ou seja, as atividades voltadas à promoção, prevenção de agravos, tratamento e reabilitação (De Barros et al., 2010). Frente a isso, é dever de cada Equipe de Saúde da Família e, especialmente, dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS’s), a educação e conscientização das famílias acerca das diversas problemáticas que venham a afetar a plenitude física e psicológica daquele segmento. O ACS´s é, atualmente, uma ocupação que se responsabiliza pela comunicação entre os saberes técnicos, exercidos pela equipe da Unidade de Saúde da Família, e os saberes populares, de forma que, como membro da comunidade em que atua como profissional, exerce, além das atribuições legais, a função de referência quanto às demandas e anseios da população adscrita à sua microárea no que diz respeito à saúde (Ministério da Saúde. Portaria nº 2.488, de 21 de outubro de 2011). Para tal fim, o Ministério da Saúde preconiza em “Modalidade de Contratação de Agentes Comunitários de Saúde - Um Pacto Tripartite” que o ACS preencha alguns requisitos mínimos, como ter mais de 18 anos, saber ler e escrever, residir na comunidade há pelo menos dois anos e ter disponibilidade integral para o exercício da profissão (Ministério da Saúde, 2002). Ainda de acordo com o documento, a seleção de ACS não deve levar em conta conhecimento prévio na área da saúde, e sim as capacidades de liderança e solidariedade do candidato. De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), em 2013, observa-se que a proporção de pessoas com menor nível de escolaridade entre os domicílios cadastrados no PSF é maior que a proporção de pessoas escolarizadas, o que evidencia a vulnerabilidade social dos usuários (Macinko & Harris, 2015). Dessa forma, é responsabilidade do ACS a correta instrução e direcionamento da sua vizinhança ao serviço correspondente à demanda (Ministério da Saúde, 2009), o que se faz notório em situações de violência, trauma e adoecimento repentino. De acordo com dados do DataSUS, no ano de 2011, o número de óbitos por fatores externos (acidentes de carro, homicídio e suicídio) foi 145.842, sendo que desses 43.256 se relacionam a acidentes de carros e 29.574 para causas não-intencionais (queimaduras, intoxicação, obstrução de vias aéreas) (http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/idb2012/matriz.htm#mort%20). Em consonância com os dados do Sistema Único de Saúde, observou-se, também em 2011, através do Viva/SINAN, 107.530 notificações de atendimentos por violência e/ou acidente, número que, em 2017, evoluiu para 285.351 casos, um aumento de 165,4% no número de notificações. Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2010), essa alta prevalência de mortes por causas externas se deve a um panorama global que afeta, principalmente, países com renda baixa e média, grupo que o Brasil integra (WHO. “Injuries and Violence - The Facts” Geneva, 2010). Além disso, dados apontam que, por dia, são notificados três óbitos por parada cardiorrespiratória no Brasil, com maior prevalência no Sudeste, que apresenta aproximadamente um caso por dia. Todavia, pesquisas apontam que em muitas situações o auxílio não é prestado por insuficiência teórico-prática e/ou por medo de reprovação social pelo fracasso da ação. Não obstante, observa-se que, mesmo nas situações de socorro, a prestação se dá por solidariedade e não por capacidade técnica do socorrista (BRASIL. Ministério da Saúde (MS). Viva: Vigilância de Violências e Acidentes, 2009, 2010 e 2011. Brasília: MS; 2013). A partir do exposto, entende-se a necessidade do conhecimento em primeiros socorros pelos ACS, dado que é uma técnica padronizada e mundialmente trabalhada.
Metodologia: O curso será lecionado pelos alunos do grupo de pesquisa, após processo de preparação mediado pela coordenadora do projeto. A montagem será previamente realizada em conjunto e contemplará duas aulas com duração de três horas (carga horária total: seis horas), lecionadas em dias diferentes e dividida igualmente entre conteúdo prático e conteúdo teórico. Dentro das temáticas estarão inclusos avaliação e isolamento do cenário, avaliação do nível de consciência da vítima, avaliação dos sinais vitais, avaliação continuada, obstrução de vias aéreas, parada cardiorrespiratória (PCR), hemorragias interna e externa, fraturas ósseas, perfuração, lasceração, queimaduras e intoxicação, com intervalos de prática para as técnicas e procedimentos correspondentes a cada etapa de socorro e injúria. Será aplicado questionário pré e pós capacitação, no intuito de avaliar os conhecimentos prévios e a absorção de conhecimentos após as seis horas de curso.
Impactos na Formação Discente: O aluno estará envolvido na formação de profissionais de saúde, e terá como responsabilidadepassar o conhecimento previamente adquirido por ele de forma clara e objetiva. Os ACSs são considerados profissionais da área de saúde, porém, poucos possuem formação nessa área. Assim, os discentes estarão mediante grande desafio, por se tratar de assunto de suma importância a ser ensinado para um público com pouco conhecimento.
Relação Ensino, Pesquisa e Extensão: O projeto exige formação continuada por parte dos alunos envolvidos, tendo em vista eles serem os protagonistas do conhecimento, ou seja, para ensinar é preciso aprender antes. Além disso, será feito um levantamento dos conhecimentos prévios dos agentes comunitários de saúde, e a aquisição de conhecimentos por parte deles, após o curso de capacitação em primeiros socorros. Tais dados permitirá uma análise comparativa antes e após o projeto e verificar quais os benefícios advindos desse para a sociedade. Espera-se que com a realização da capacitação o numero e a qualidade dos atendimentos pré-hospitalares feitos pelos agentes aumentem.
Relação com a Sociedade e Impacto Social: Atuar junto aos agentes comunitários de saúde, auxiliando na aquisição de conhecimento relativo aos protocolos utilizados no ambiente pré-hospitalar. Vale ressaltar que esses profissionais agem muito próximos a sociedade, abrangendo uma grande parcela da população do município de Lavras. Quanto mais agentes treinados em primeiros socorros, maior será o número de pessoas salvas de forma eficaz e rápida.
Resultados Esperados: Aumentar o conhecimento dos ACSs em primeiros socorros, tornando-os aptos a atuarem de forma rápida e eficaz no ambiente pré-hospitalar.
Indicadores de Acompanhamento e Avaliação: Os questionários que serão aplicados após a capacitação servirão de parâmetro para averiguação da proposta do projeto.
Cronograma:
Janeiro a março de 2024 - capacitação dos discentes nos protocolos de primeiros socorros Março a maio de 2024 – capacitação dos agentes comunitários de saúde. Abril a junho de 2024 – análise dos questionários. Setembro a novembro de 2024 – reaplicação do curso de capacitação e averiguação das principais ocorrências e do sucesso de atendimento no APH. Dezembro de 2024 a junho de 2025 – análise dos dados, apresentação em congressos e publicação.
Descrição Resumida: Os agentes comunitários de saúde são os profissionais responsáveis pela atenção básica de saúde. No entanto, e na maioria das vezes, esses agentes não possuem formação na área da saúde, o que os torna vulneráveis em várias situações. Nesse sentido, o projeto foi pensado na possibilidade de sanar essa lacuna e capacitar os agentes nos protocolos de primeiros socorros. Para isso, um grupo de alunos foi treinado a executar e a ensinar esses protocolos.
Equipe:
Alunos de Graduação:
Docentes:
Nenhum
Técnicos Administrativos:
Alunos de Pós-Graduação:
Outros Usuários:
Renovações de Projetos:
Coordenador do Projeto: GIANCARLA APARECIDA BOTELHO SANTOS
Setor: DEPARTAMENTO DE MEDICINA
E-mail Institucional: giancarlaufla.br
E-mail Alternativo: giancarlabotelhoyahoo.com.br
Situação de Aprovação: Registrado
Submetido pelo Coordenador do Projeto em: 13/12/2023 - 18:56:57
Aprovado pelo Conselho Departamental (Lavras) ou pelo Colegiado de Extensão (Paraíso) em: 26/03/2024 - 13:13:49
Aprovado pelo Colegiado de Extensão (Lavras) ou pelo Diretor da UA (Paraíso) em: Nenhuma
Histórico de Coordenação:
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Universidade Federal de Lavras - UFLA
SIG-UFLA - Versão 1.82.10
Créditos
SIG-TESTE